O ano de 2018 praticamente chegou ao fim, e assim como fizemos no ano passado, chegou a hora de fazermos aquela tão amada lista de melhores do ano. Tivemos singles incríveis, clipes que bateram recordes, e claro, os álbuns que ficamos ouvindo meses a fio. Nesse post vamos mostrar alguns dos nossos álbuns favoritos deste ano e o porquê de merecerem um lugarzinho no nosso ranking. Confira aqui os nossos eleitos e Feliz Ano Novo!
Pray For The Wicked, Panic! At The Disco
Anna: O sexto álbum da banda americana Panic! at the Disco pode ser considerado um dos melhores do grupo (por “grupo” digo Brendon Urie) em seus 14 anos de atividade. As músicas conseguiram canalizar a energia caótica e frenética que Urie emite quando se apresenta e mostraram a grande influência que o período do cantor na Broadway teve sobre ele. As canções transpiram teatralidade e realmente parecem terem sido tiradas de um musical, mas com sua pitada de rock de sempre. Pray for the Wicked mostra mais uma vez essa capacidade de transformação da banda, da qual nenhum álbum é igual ao outro. Nada seria mais a cara de um grupo que já passou por tantas mudanças do que ter suas músicas mais diferentes sendo algumas das melhores que já fizeram.
Ouça: High Hopes e Hey Look Ma, I Made It
Cool Like You, Blossoms
Letícia: Eu nunca escondi neste blog o quanto eu amo e defendo Blossoms! Favoritismos a parte, o Cool Like You é um dos meus favoritos do ano pelo simples fato de ser um álbum SIMPLES: ele fala de amor (principalmente o não-correspondido), e é isto. E de maneira alguma isso diminui o mérito da banda, até porque ele é muito melhor resolvido que o debut, de 2016. Aquela sonoridade típica que lembra um filminho dos anos 80 continua lá, mas sem soar como um “mais do mesmo”. Outro ponto positivo no Cool Like You, está na versão deluxe do material, onde TODAS as faixas têm sua versão acústica, o que só prova que o quinteto se mostra bem confiante com este novo álbum; é como se dissessem: “Nenhuma dessas músicas é de se jogar fora!”, e com razão.
Ouça: Stranger Still e How Long Will This Last?
LM5, Little Mix
Isabela: Digo sem sombra de dúvidas: LM5 vai levar o quarteto britânico para a dominação mundial. Sério. Depois de enfrentarem altos e baixos com a antiga gravadora, elas lançaram o álbum em novembro sob um novo selo, e mostraram que nada conseguirá derrubá-las, especialmente quem não confia no talento delas. Os vocais como sempre estão impecáveis – marca que elas mostram desde o primeiro álbum -, mas esse parece que tem um significado maior: as músicas contam muito sobre o que Jade, Jesy, Perrie e Leigh-Anne passaram juntas, além de ser uma grande homenagem às mulheres e à amizade. Apesar de terem recebido críticas por causa do primeiro single (Woman Like Me, com Nicki Minaj), elas mostraram a que vieram com Strip, um hino ao amor próprio que não te deixa ficar parada, More than words e Joan of Arc. Woman’s World, disponível na versão deluxe, e Wasabi também merecem uma menção honrosa – a segunda foi escrita por Jade, é um clap back merecido aos que sempre duvidaram da girlband. LM5 é um álbum que merece ser muito apreciado, principalmente porque é difícil não se identificar com a letra de alguma das músicas, além de levantar o humor de qualquer um – De longe, o meu favorito de 2018. E atenção, já podem decorar as letras que elas estarão no Rock in Rio 2019!
Ouça: Wasabi e Strip
O Tempo é Agora, Anavitoria
Isabela: Anavitoria não faz música, faz poesia, né? O segundo álbum da dupla me fez escutar cada música de novo e de novo até decorar cada palavrinha. Elas falam de amor, de perda, de se redescobrir e, se você estiver disposto a tirar um tempo para ouvir o álbum completo, vai se sentir como se tivesse dentro de um abraço quando terminar. Apesar de manter o ritmo mais calmo que já é característica marcante das meninas, em O Tempo é Agora elas navegam por novas sonoridades que fazem cada música especial. Não precisa nem estar passando pelo que elas estão cantando: desde Cecília – que, na minha opinião, é a música mais bonita do álbum -, até O Tempo é Agora, que dá título ao cd, essa mistura de sentimentos que todo mundo passa, passou ou vai passar está sempre lá. Esse álbum foi um presente para 2018, sem dúvida nenhuma.
Ouça: Ai, Amor e Cecília
Simulation Theory, Muse
Letícia: Eu amo essa vibe distópica que o Muse vem amadurecendo desde o The 2nd Law, e que foi ainda melhor desenvolvida no álbum seguinte, Drones, até chegar no Simulation Theory: Muita gente ODIOU esse álbum e eu sinceramente entendo (risos) pois não é o melhor trabalho deles, mas pessoalmente me agrada pois as músicas (principalmente os singles Thought Contagion, The Dark Side e Pressure) funcionam muito bem ao vivo, sem mencionar (novamente) a estética belíssima, as referências à cultura pop, os instrumentos, em especial a bateria, muito bem executados (a bateria é um dos pontos altos do Simulation Theory, sem dúvida!), e óbvio, os vocais de Matt Bellamy, sempre no ponto certo. É claro que o álbum tem defeitos, algumas músicas que deixo passar, uma certa perda de foco em alguns pontos, mas em geral eu o considero um material de qualidade.
Ouça: Thought Contagion e The Dark Side
Sweetener, Ariana Grande
Isabela: Vou ser sincera, Sweetener foi o álbum que me fez gostar de Ariana Grande. Eu nunca tinha realmente parado para ouvir as músicas dela além das mais conhecidas, mas God is a Woman me conquistou de uma forma que eu tive que procurar todas as outras, e pronto. Foi isso. Apesar de muitos fãs de longa data não considerarem o melhor trabalho dela, o álbum é maravilhoso, com baladas muito boas para ouvir em qualquer momento. Isso sem contar nos clipes! A arte visual é tão impecável quanto as músicas. A Ariana tem um talento imensurável, e merece ser apreciada por tanto.
Ouça: breathin e goodnight n’ go
Lost and Found, Jorja Smith
Anna Clara: Prometi o ano todo a mim mesma que qualquer dia desses, ouviria essa cantora que vi por ai na internet. No fundo, sabia que seria amor a primeira vista. Esse dia chegou e tudo o que imaginei, de fato, aconteceu. Jorja Smith foi a minha companheira e conselheira em dias difíceis. Sua voz é inegavelmente linda, impossível não se impressionar como sua sonoridade flui em nossos ouvidos. Logo na primeira música conseguimos sentir suas intenções e ideias. As fagulhas tilintando ao iniciar Teenage Fantasy nos remete a um filme preto e branco francês de Jean-Luc Godard. Já The One é trabalhada de forma diferente, porém não perdendo sua essência. Entretanto, o maior ato do álbum e provavelmente, da carreira de Jorja é a aclamada Blue Lights. A canção carrega consigo uma autenticidade tremenda, juntamente com a letra que fala sobre as pessoas se culparem quando a culpa não é delas. Em 2019, será o ano dessa mulher incrível. Vale lembrar também da sua presença imperdível no Lollapalooza 2019 aqui no BR. Estaremos lá prestigiando e mostrando tudo pra vocês!
Ouça: Blue Lights e Teenage Fantasy
Casas, Rubel
Yasmin: Contemplando 14 faixas, “Casas” é o presente ousado e ao mesmo tempo suave que Rubel deu à música popular brasileira em 2018 (e que também o levou a ser indicado à 19ª Grammy Latino). É importante e especial destacar que o segundo álbum do cantor trouxe como novo as participações de Emicida e Rincon Sapiência, o que por si só sugere diálogo com um público ainda mais amplo que o do “Pearl“, primeiro disco do artista.
Ainda sem perder a doçura das melodias que já se podia esperar de um trabalho de Rubel, o disco conta com faixas como “Pinguim” e “Colégio“, que trazem reflexão e até mesmo um exercício de interpretação em seus versos. Somando tudo isso, sem dúvidas temos um dos melhores do ano – uma obra que se tornou a casa de muita gente.
Ouça: Mantra e Colégio
Trench, Twenty One Pilots
Anna: A volta de Twenty One Pilots após o álbum que os lançou ao estrelato definitivo não poderia ter sido melhor. Trench é, sem dúvidas, um dos melhores álbuns do ano, não só pela sua musicalidade incrível, mas por todo o conceito construído por trás dele. A criação de todo esse universo da Dema e os enigmas feitos antes do lançamento do primeiro single são algo que só poderia ter sido feito pela mente brilhante de Tyler Joseph. As canções também não deixam nada a desejar. Elas têm a liricidade espetacular que viemos a esperar do duo e melodias que sempre misturam gêneros e experimentam novidades. Trench confirmou ao mundo algo que os fãs da banda já sabiam: Twenty One Pilots é o grupo mais original e inteligente dessa geração.
Letícia: Trench foi um dos álbuns deste ano que eu estava mais ansiosa pra poder conferir, e felizmente (e que alívio!) não só as minhas expectativas foram atendidas, como também foram superadas! O álbum expande ainda mais o universo que conhecemos em Blurryface, e óbvio, também traz mais hits pro repertório do Twenty One Pilots. Tudo neste novo trabalho foi muito bem articulado, desde os conceitos iniciais, a narrativa apresentada, onde as canções também podem encaixar neste contexto (este fator também está presente na era anterior, mas não tão impactante quanto agora), mas também mostra sensibilidade, traz críticas, e termina da maneira mais bonita possível.
Ouça: Chlorine e My Blood
Anthem Of The Peaceful Army, Greta Van Fleet
Anna: O primeiro álbum do grupo americano foi tudo que esperávamos, tendo os EPs como base. O som do rock clássico do final dos anos 60/ começo dos 70 trouxe uma nostalgia por uma época que não vivemos mas que lembramos até hoje como, provavelmente, a melhor do rock. Anthem of the Peaceful Army mostra todo o talento dos integrantes, que – mesmo sendo tão jovens – pode ser comparado com os de grandes músicos da história. Greta Van Fleet provou que tem muito para mostrar e nos deixou mais ansiosos para ver o que está por vir.
Letícia: Greta Van Fleet foi sem sombra de dúvida um dos grandes nomes de 2018, e na minha humilde opinião (que não vale muita coisa, mas cumpre o propósito deste post de favoritos do ano), após dois EPs e um full-length lançados, já não é mais cabível resumir o “falar sobre Greta Van Fleet” à apenas comparações àquela banda dos anos 1970 que todos nós sabemos qual é. Anthem of the Peaceful Army apresenta oficialmente o quarteto de Michigan ao grande público, e o conquista com 11 faixas belissimamente executadas, carregadas pela guitarra e pelo timbre excepcional de Josh Kiszka (Brave New World é um bom exemplo), que rege o grupo faixa por faixa, sendo um refresco para o cenário do rock atual. Lembra um pouco de Led Zeppelin? Bom, não posso negar, entretanto, é inegável que a qualidade apresentada no álbum, as composições competentes, e a ótima dinâmica em palco é de total mérito do grupo, afinal, ninguém é indicado à QUA-TRO Grammys apenas por supostamente ser um cover de uma banda antiga.
Ouça: Age of Man e Watching Over
Suncity, Khalid
Anna Clara: Dono de uma vibe R&B misturada com aquele sol de praia no final da tarde, Suncity ganhou meu coração sem muito esforço. O EP é compacto, contêm apenas 7 músicas, algumas são interlúdios entre uma ou outra, porém o que precisamos pegar aqui é a qualidade dessas canções. A beleza que carregam é muito grande, fazendo jus totalmente a voz desse homem que, sinceramente, não tem o que dizer sobre ele. Como sempre, seu trabalho é impecável e sensacional. Com certeza, um dos maiores glows desse ano.
Isabela: 2018 com certeza foi o ano em que eu passei a gostar de artistas que não tinham me conquistado antes, e Khalid foi mais um deles. É impossível não gostar da vibe latina de Suncity, que deu ao cantor uma cara bem diferente do álbum lançado em 2017, mas que ao mesmo tempo manteve suas características marcantes. Apesar de ter somente 7 músicas, o EP não deixa nada a desejar, e é a trilha sonora perfeita para quem procura algo diferente para ouvir agora no verão. Já que não é um álbum, podemos classificar como melhor EP do ano?
Letícia: Tecnicamente o Suncity é um EP, mas vale por um álbum completo pela tamanha competência que o Khalid mostra em apenas 7 faixas. Ele homenageia suas raízes, a cidade El Paso, onde mais da metade dos habitantes tem origem hispânica. Através da faixa-título, onde o refrão é todo cantado em espanhol, e o título (Suncity/ Ciudad de Sol) remete a um dos apelidos da terra natal do texano. Suncity mostra o resultado de um ano e meio do jovem cantor no mercado depois de sua estreia em American Teen. Ele apresenta uma maior versatilidade e maturidade musical, além de transitar por mais gêneros além do Pop e do R&B. Já que o Suncity não pode entrar pra lista de melhores álbuns do ano, então que ele seja considerado, pelo menos por mim, o EP do ano.
Ouça: Vertigo e Saturday Nights